TEXTO DE LUIZ ERNESTO BRAMBATTI
O nome
de estrada Visconde do Rio Branco dado à estrada que saía de São Sebastião do
Cahy e seguia para Caxias provavelmente foi dado em janeiro de 1877, conforme
registros encontrados, que referiam a estrada que ligava Caxias ao porto do
Guimarães como “Rio Branco”.
Alguns
indicadores permitem apontar que tenha sido José Copertino Coelho Cintra,
engenheiro e Inspetor Geral de Terras e Colonização do Ministério dos Negócios
da Agricultura, Commércio e Obras Publicas, o mesmo que deu nome de Colônia
Caxias ao Campo dos Bugres.
Em janeiro de 1877, Copertino Coelho Cintra veio
do Rio de Janeiro até o Campo dos Bugres para resolver um motim de imigrantes. Cerca
de 1.600 colonos tiroleses, lombardos e trentinos foram recrutados para serem
assentados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e acabaram deslocados para as
colônias de Santa Tereza e Timbuí, no Espírito Santo. Os colonos amotinaram-se,
forçando a inspetoria a tomar providências e reassentá-los no Rio Grande do Sul.
Coelho
Cintra acompanhou estes colonos do Espirito Santo até o Rio Grande do Sul em
dois navios de Guerra, o “Madeira” e o “Purus” com mais de cem praças. Chegando
ao “Campo dos Bugres”, como era amigo pessoal do Duque de Caxias, então chefe do
Gabinete do Conselho de Ministros, deu o nome de Colônia Caxias ao Campo dos
Bugres(DALL'ALBA, 1997, p. 29 apud Carvalho
Daemon: Provincia do Espírito Santo, p. 440) .
Diversos
são os indícios de que o Engenheiro José Copertino Coelho Cintra tenha sido o
responsável por dar o nome também à estrada de “Visconde do Rio Branco”, embora
não conste de documentos oficiais localizados. Ele era engenheiro, Inspetor
Geral de Terras e Colonização, cargo que ocupava no Ministerio dos Negocios de
Agricultura, Commercio e Obras Públicas, no Rio de Janeiro, onde foi Ministro o
Conselheiro Dantas, e o Visconde do Rio Branco era figura proeminente do poder
imperial, como grão mestre da maçonaria e chefe do gabinete de ministros até
1875,ou seja, dois anos antes.
Copertino
Coelho Cintra fazia parte do poder central do Império e coordenava os processos
de colonização no Brasil inteiro, portanto era a maior autoridade no setor de
colonização. Ao dar nome à Colônia Caxias, tinha autoridade legal para nomear
também a estrada Visconde do Rio Branco e a Estrada Conselheiro Dantas, o que
aconteceu simultaneamente. Esteve na Colônia Caxias em Janeiro de 1877, e
percorreu a mesma estrada que os imigrantes.
A
partir de 1877 começaram a aparecer nos ofícios e relatórios o nome de Rio
Branco referindo-se a estrada que ligava Caxias ao Porto do Guimarães, embora
não tenha sido localizado um documento que pudesse comprovar tal feito. Muitos
documentos da Comissão de Terras foram perdidos em um incêndio ocorrido na sede
da Colônia, onde poderia estar o registro de tal nomeação.
O Visconde
do Rio Branco ocupou o mesmo cargo do Duque de Caxias, como chefe do Gabinete
do Conselho de Ministros até 1875, e apoiou o programa de colonização e
imigração no Brasil. Nada mais justo que homenageá-lo com o nome da estrada.
Como Caxias foi homenageado com o nome da Colônia, o Conselheiro Dantas com a estrada
que seguia para São Francisco de Paula e o Visconde do Rio Branco com a estrada
que dava acesso ao porto do Guimarães.
A
estrada Rio Branco era citada nos relatórios como parte daquilo que os
agrimensores e engenheiros denominavam de “Viação Externa”, uma obra de viação
que ligava a Colônia com o mundo externo, portos, capitais, cidades maiores. Já
as estradas vicinais, linhas, travessões eram denominados de “Viação Interna”.
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