autor: Luiz Ernesto Brambatti
A estrada Rio Branco, como a principal de
todas, tinha uma importância fundamental, pois dava acesso ao porto de S.
Sebastião do Caí, não só da Colonia Caxias como de outras localidades e
colônias, como Vacaria, São Francisco de Paula, Nova Trento, Antonio Prado,
cuja produção, quer pecuária, quer agrícola, chegava aos mercados por esta via
de comunicação.
Era condição concluir a estrada para a
emancipação de Caxias. No entanto a colônia foi emancipada antes mesmo da
conclusão das pontes do Arroio do Ouro ( Conselheiro José Julio) e do Pinhal
(João Henrique). A estrada só foi entregue à Camara de São Sebastião do Caí em
11 de dezembro de 1884, no entanto as obras ficaram prontas ainda em julho,
conforme informa Barata Goes, chefe da Comissão de Terras e medição de lotes de
Caxias:
Em resposta ao oficio de n. 797 de 24 de julho próximo
findo, e recebido no dia 04 do corrente, que informa sobre os três quesitos
apresentados, cumpre-me declarar a V. Excia. Que quanto ao 1º, não há estrada
alguma em construção por já estar concluida uma destas que fazem parte da
viação externa e é denominada “Conselheiro Dantas”, que liga a sede principal
desta Colonia aos Campos de Cima da Serra, estrada que é de rodagem e tem
extensão de 27.640 metros, cujos trabalhos foram começados no dia 01 de março
deste ano e concluídos a 27 de maio. É ainda necessário, para consolidar o seu
leito, que sejam macadamisados alguns pequenos trechos e apello a V. Excia no
sentido que se faça este serviço, pois sem ele no tempo das chuvas não é fácil
o transito. Quanto ao 2º quesito, informo a V. Excia que deve começar logo que
terminar a estação pluviosa os reparos na 1ª
secção da estrada Visconde do Rio Branco, serviço este que será feito por
pequenos empreitadas em pouco tempo e bem assim a derrubada de matto na 2ª
secção, a fim de preparar o aterro para que se torne transitável para
cargueiros como obra provisória. Quanto ao terceiro quesito que julgo de summa
importância poderei informar quando souber se foi approvado o meu orçamento das
despesas necessárias às obras relativas
à emancipação das colônias na importância de 35:676$000 para as referidas
obras mas não é possível que com tão diminuta verba se façam os trabalhos que
julgo bem necessários para que possa este estabelecimento entrar no regimen
comum principalmente no que diz respeito aos meios de transportes e comunicação
como determina o selado officio de V.
Excia. Três são os assumptosque tenho tratado desde que entrei no exercício do
cargo que ocupo e são: viação interna, retificação de lotes e mais do que tudo,
a viação externa. Esta se compõe de três estradas. Uma, já concluída, a
Conselheiro Dantas, a 2ª que será só para cargueiros, se dirigirá a Vaccaria, e
a 3ª que é denominada de “Visconde de Rio Branco”, tem 66 km, dos quais foram
construídos somente 22 quilometros nas administrações passadas. Dos 44
quilometros que faltam para sua conclusão, há alguns trechos que são de
dificílimo transito para carroções com carga, porque nelas nunca se fez obra
alguma. Esta estrada, a principal de
todas, porque nela transitam os gêneros de importação e exportação, não
desta colônia como de outras localidades e liga a sede colonial com a Villa de
São Sebastião do Cahy.
(TRANSCRIÇÃO DE DOCUMENTO do Escritório da Diretoria da
Colônia Caxias em 06 de agosto de 1883, endereçado ao Presidente da Provincia
Dr José Julio de Albuquerque Barros, assinado pelo Bacharel Manoel Barata Goes,
Chefe da Diretoria da Colonia Caxias.DIR 014, N. 36, p.15-16, Arquivo Histórico
de Caxias do Sul)
Pelos officios por copia juntos n. 1 e 2 veráV. Excia
que foram entregues à administração da
Camara Municipal de São Sebastião do Cahy as estradas Visconde do Rio
Branco e Conselheiro Dantas conforme
officio de V. Excia de n. 1097 de 09 de julho deste anno. Entregando as ditas
estradas em bom estado de transito, como se vê pelo officio n. 2, compete a
referida administração providenciar no sentido de que sejam sempre conservadas
visto serem de máxima utilidade para os habitantesdo município da Vaccaria, de
São Francisco de Paula, desta ex-colonia, da linha Feliz e outros lugares.
Passando as mãos de V. Excia os mencionados officios rogo a V. Excia que sejam
publicados.
TRANSCRIÇÃO DE DOCUMENTO do
Escritório Chefe em Medições de lotes na ex-colonia Caxias em 11 de dezembro de
1884, endereçado ao Presidente da Provincia Dr José Julio de Albuquerque
Barros, assinado pelo Bacharel Manoel Barata Goes, Chefe da Diretoria da
Colonia Caxias. (DIR 014, N. 148,Arquivo
Histórico de Caxias do Sul)
O próprio Manoel Barata Goes, Engenheiro
Chefe do Escritório da Diretoria da Colônia Caxias, recebeu, em 20 de novembro
de 1883, oficio do Presidente da Provincia, aprovando o orçamento para a
conclusão da 2ª secção da Estrada Rio Branco, do Arroio Pinhal até São
Sebastião do Cahy, como parte dos “trabalhos
preparatórios da emancipação da colônia Caxias, fixando a data do termino para
o final de fevereiro de 1884”.
Tendo examinado os orçamentos que acompanharam o seu
officio de 18 de outubro ultimo, declaro que aprovo o da 2ª secção da estrada
de rodagem “ Visconde do Rio Branco”,
desde a casa de Theodoro Poppi até a passagem do rio Cahy, na importância de
85:530#000, para servir de base aos contratos
de empreitadas parciais a que
V.Mercê, está procedendo mediante concorrência pública, da qual é de esperar se
consiga a realização das obras por
preços inferiores aos orçamentos.
Não preciso encarecer a necessidade da mais rigorosa
economia, porque conforme já declarei a V. Merçê por ocasião de visitar essa
Colônia, não deve contar com quantia superior a 100:000$000 para concluir os trabalhos preparatórios da emancipação
das colônias.
Esses trabalhos que devem estar concluídos até fins de
Fevereiro, se limitam à dita 2ª secção da estrada Rio Branco e à retificação
dos lotes que V. Mercê calculou poder completar com 14:000$000.
(Relatório de Barata Góes de 20 de nov de 1883 –Correspondência
recebida,
DIR 014, Arquivo Histórico de Caxias do Sul,)
Outro
documento de 01 de março de 1879, da Diretoria da Agricultura do Ministerio da
Agricultura e Obras Publicas, reforça a construção da estrada de Conde D´Eu
para o porto de São João de Montenegro como “indispensável a construção de uma
estrada regular, que, além de tudo, vai valer para a emancipação”.
... Entende aquelle Eng. que a primeira medida a
tomar-se, relativamente àquellas colônias é facilitar-lhes a comunicação para
os centros comerciais. Possuindo Conde D´Eu e D. Isabel 8.000 colonos ,, e não
tendo estes mais que uma estrada impraticável para levar os productos ao porto de S. João de Montenegro, é
indispensável a construção de uma estrada regular, que, além de tudo, vai valer
para a emancipação.
( TRANSCRIÇÃO DE OFICIO DA
DIRETORIA DA AGRICULTURA , 3ª SEÇÃO,
ENDEREÇADO AO GOVERNO DA PROVINCIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE DO SUL, EM
01 de março de 1879, sob n. 11- Arquivo Nacional – OP.MIn. Agri)
Colônia a Fundos de Nova
Palmira: 1872 até 1875
Campo dos Bugres: 1875 a jan 1877,
Colônia Caxias: de jan 1877 até 12/4/1884.
Campo dos Bugres: 1875 a jan 1877,
Colônia Caxias: de jan 1877 até 12/4/1884.
Colonia Santa Teresa de Caxias
(quando foi emancipadapertencia à Villa
de São Sebastião do Cai: de12/4/1884 até
6/12/1890.
Vila de Santa Tereza de Caxias
(administrada por um conselho municipal eleito,
que exercia as funções de legislativo e executivo): de 6/12/1890 até 1/6/1910.
Caxias do Sul ( elevada à categoria de cidade): 1/6/1910 até os dias de hoje.
que exercia as funções de legislativo e executivo): de 6/12/1890 até 1/6/1910.
Caxias do Sul ( elevada à categoria de cidade): 1/6/1910 até os dias de hoje.